COMISSÃO DE SAÚDE

Resultados de 2013 refletem necessidade de mais investimentos no SUS

Em audiência pública, Legislativo recebeu o secretário de Saúde para prestação de contas do último ano

terça-feira, 25 Fevereiro, 2014 - 00:00
Resultados de 2013 refletem necessidade de mais investimentos no SUS. Foto: Mila Milowski

Resultados de 2013 refletem necessidade de mais investimentos no SUS. Foto: Mila Milowski

Em audiência pública na tarde desta terça-feira (25/2), a Comissão de Saúde e Saneamento recebeu o secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, para prestação de contas das atividades do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital em 2013. Representantes do Conselho Municipal de Saúde e dos conselhos regionais também participaram da reunião, cobrando melhorias no atendimento à população.

Solicitada pela Comissão, a audiência pública atende às determinações do Art. 36 da Lei Complementar nº 141/ 2012, que obriga o secretário municipal de saúde a apresentar relatório detalhado das atividades de cada quadrimestre. Neste encontro, a Prefeitura apresentou o balanço de 2013 e comparou os dados aos números de anos anteriores. Com orçamento total de R$ 2,4 bilhões, de acordo com o secretário Fabiano Pimenta, o SUS recebe cerca de 20% dos recursos próprios do Município, somados a outros investimentos e créditos bancários.

“Para analisar os gastos e investimentos financeiros da Saúde precisaremos de mais tempo. Caso fiquem dúvidas, podemos realizar nova audiência para apuração. Mas, de uma forma geral, os dados e resultados apresentados foram muito produtivos”, afirmou o vereador Dr. Nilton (Pros). “O secretário reconheceu a dificuldade no atendimento de urgência e emergência no município. Os dados apresentaram um déficit bem próximo da realidade que vemos diariamente nas unidades de saúde”, completou Bim da Ambulância (PTN).

Resultados e questionamentos

Conforme dados apresentados pela Secretaria de Saúde, o SUS realizou cerca de 570 mil atendimentos nas oito Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em funcionamento na cidade, o que representa média de 300 pessoas atendidas diariamente em cada UPA. Fabiano Pimenta afirmou que 96% dos atendimentos diários são resolvidos de imediato. Dos 4% restantes, média de 100 pessoas, que demandam internação hospitalar, 85 seriam internados em até 48h.

Dados da Ouvidoria do SUS apresentados pelo secretário, registraram cerca de 12 mil reclamações, sendo a maior parte por insuficiência do serviço de saúde, como falta de médicos, carência de medicamentos nas farmácias e demora no atendimento. “Tem filas enormes para marcação de consulta e para buscar medicamentos. Nas UPAs, ficamos o dia inteiro esperando para receber o atendimento. A espera para cirurgias também é muito grande. As pessoas chegam a ficar três anos aguardando médico”, questionou Gislene Gonçalves, representante do Conselho Municipal de Saúde.

Entre as cirurgias eletivas realizadas, foram aproximadamente 42 mil. Fabiano Pimenta afirmou que a expectativa da Prefeitura é chegar a 50 mil em 2014, mas reconheceu que o número ainda é baixo diante da grande demanda. Há uma fila de cerca de 18 mil pessoas na capital e outras 17 mil no interior, aguardando por cirurgia, mas o secretário afirmou que espera reduzir as filas com a abertura de novos leitos e a contratação de novos médicos.

“Oitenta por cento das cirurgias são feitas em até 60 dias, mas temos pontos de estrangulamento”, afirmou Fabiano Pimenta. De acordo com o gestor, a especialidade com maior demanda é a ortopedia, que exige cirurgiões especialistas em diferentes partes do corpo. Para minimizar o problema, Fabiano Pimenta anunciou a realização de concurso público para novos médicos e a negociação com o Hospital São José para criação de 26 novos leitos.

Novos investimentos

Para 2014, a Secretaria de Saúde anunciou a construção de uma nova UPA, na região Noroeste, próxima ao Hospital Odilon Behrens, que deve ser entregue em outubro. Outras quatro unidades, com baixa qualidade de infraestrutura, devem ser substituídas por novos prédios no 1º semestre de 2015, uma na região Norte, uma na Pampulha, uma na regional Leste e outra na Nordeste. As obras preveem um custo médio de R$ 6 milhões por unidade para construção e equipamentos, não incluindo aquisição dos terrenos.

Ainda, o secretário afirmou que a Prefeitura está estabelecendo parcerias com universidades para instituição de estágios supervisionados de medicina em unidades do SUS. Os estudantes iriam prestar atendimento à população durante sua formação, aumentando o acesso dos pacientes do SUS às diversas especialidades médicas.

Os parlamentares cobraram mais agilidade e investimentos na estrutura de equipamentos e suprimentos para o atendimento médico cotidiano; na contratação dos agentes comunitários (ACS e ACE) e na integração dos sistemas de informação utilizados para prontuário eletrônico e cadastramento dos usuários.

Participaram da reunião os vereadores Bim da Ambulância (PTN), Dr. Nilton (Pros) e Wellington Bessa "Sapão" (PSB).

Assista aqui à reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional